terça-feira, agosto 16, 2005

Deixo-te Lisboa*


Parto com pressa. Com vontade de te deixar Lisboa. Ficas junto dos insistentes, dos persistentes, dos pobres, dos forretas, dos vagabundos, dos workholic's, dos que já se esqueceram de viver, dos que se perderam e dos que encontrados junto a outro aprenderam a conhecer o significado da solidão. Ficas junto, a outros, algus; muitos. Fumos. Deixei-te. E talvez não tenha saudades tuas, quando me alongar de noite nas águas do oceano, quando me inundar de areia, quando me perder entre corpos nuns copos de conversas soltas, desprendidas da vida que não existe. Ficaste aí. Enquanto me afasto de ti. Aceno um adeus sem saudades ou porras de nostalgias. Olho em frente e dou a cara ao vento que me agarra. Num abraço. Quente de verão. Deito-me Lisboa. Longe de ti.

* post de 06/08/2005, antes de partir para a Costa de Prata que para moi vale ouro.

sábado, agosto 06, 2005

Reflexos de Marte

- Vês uma tipa gira, a tal, com quem sempre gostaste de estar e não deixas os teus amigos para estar com ela?
- Não, não deixo os meus amigos. Miúdas vou ter muitas ao longo da vida, mas a amizade é para toda a vida.
- Sim, ok. Mas a tipa mete conversa contigo e tenta engatar-te...
- Nem assim deixava os meus amigos.Eu podia estar com a tipa no dia seguinte. Quando estou com eles é uma coisa, quando é para caçar é outra...
- Só pode ser da idade. Tens 23 anos, não é?
- É isso mesmo.
- ...

sexta-feira, agosto 05, 2005

Pelos carreiros

Infelizmente não estou em New York New York, maravilhosamente cantado por Liza. Mas estou em mudanças. A noite prolonga-se e esta é a única forma que encontro de dar corpo ao manifesto. A horas tardias, mas são as que me agradam. Tudo tarde e a más horas, gosto de más horas, pois este calor provocado pela intensidade solar de 39ºC provoca com certeza movimento de neurónios em slow motion, no mínimo.
Agora existe o silêncio, momentaneamente rasgado pelos motores de automóveis, motorizadas, motas; nada como na Holanda - Queisso? Conseguíamos nós alguma bês subir êxas ladeiras manina? Os carregos nem lá axima chegabão cuomodebeser. Lá pelas xidades, talvez… mesmo axim, olhe que não xei manina.

Durante o dia, enquanto por certo estiver a dormir, escorrerá luz, amor e paz junto do Atlântico ou numa qualquer praia fluvial, construída com a toda a tecnologia de ponta das praias fluviais. Pois, afinal, o turista, o visitante, o forasteiro ou o vizinho do lado quer ser bem tratado e é ele, ou ela, que agora ditam o desenvolvimento, dizem alguns menos entendidos.

Cuerem uma picina aqui no meio da aldeia? Hã? É isso Dona Anunciação, dizem que buêm para cá mais chentes aqui das redondezas… Hã? Muito barulho? Nada disso Dona Anunciação dão umas dinâmicas à terra, fazem meixer isto. Se não isto morre… 74metros quadrados, já biu o tamanho da picina? A bela de uma grandeza, ali junto à nossa igreja. Salpicam a porta da igreja, hã? Não senhora Anunciação, nem puensse nisso! Os salpicos bão ser tão grandes que molham a cruz do senhor? Isso tá tanto lá no alto, eles nem salpicar sabem Dona Anunciação… Buêm xafurdar e depois bão-se embora. Sim Dona Anunciação, vou ver o rego da horta amanhã. Mas não se apoquente que é tudo chente boa com a certeza, buêm das cidades e precisam destas cozas, senão ninguém os agarra e nós ficamos para aqui. Sim, o fogo está longe Jezus!

E é bonito sim senhor, eu senhora solteira e boa rapariga (em que é que ficamos, senhora ou rapariga?) numa espécie de afrontamentos, em arfar contínuo pela diferença que me agrada. A diferença a esbater-se no conjunto do inquestionável de uma normalidade resplandecente que nos rege. Por este Portugal até se se benze: para cima, para baixo, esquerda e por fim direita, com direito a beijo na mão. Nem que seja pelo único que representa. Normal, lá terá de ser. E eu gosto. A sério. Mas estou quase quase a sair daqui.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Em processo de mudança...

imagem descoberta aqui

Julie Doucet. New York Boyfriend, p. 1.

Diálogos Reflexivos (11)

- Olá.
- Olá viva tudo bem obrigado.
- ...

segunda-feira, agosto 01, 2005

Há salvação


Conhecer que um dos caprichos de uma bomba é La Tortura e ficar feliz por isso. Estou à porta, a aprofundar conhecimentos sobre a tinta e com os pezinhos no chão para lá e para cá. Viva o Verão?! VIVA Alejandro! Grande Shakira. Vive.