segunda-feira, janeiro 30, 2006

Volto já

Imagem do Site do Aran

sábado, janeiro 28, 2006

Diálogos reflexivos (12)

- Vais ficar quantos dias na maternidade?
- Três.
- Aproveita para ler. Tens livros?
- Não. Tenho a minha filha.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Fim-de-semana


Tenho vários planos para este fim-de-semana. E quero concretizá-los. Existem objectivos, intenções, vontades, predisposições, aspirações, expectativas. Sentimentos, desejos. Num fim-de-semana.

Cinzentismo

Tem estado um frio do caraças que até os meus dedinhos dos pés se ressentem com tamanha frente fria junto às botas, ao nariz, às orelhas, ao pescoço, às pontas dos dedos ao…e à….Bem sei que não é nada se pensarmos nas temperaturas mínimas e máximas registadas na Rússia, mas o frio que tem dominado o meu corpo coloca em acção os meus limites de sobrevivência que costumam ser muito vastos. Pois se existem pessoas que até gostam do frio, do gelo até à espinha, da neve espalhada pelo corpo, o mesmo não sucede comigo, que sou moçoila que só gosta de neve a uma distância de 100 metros, no mínimo e anseia calorosamente pelos dias de Primavera com o sol maravilhoso a iluminar qualquer alma mais deprimida, os passarinhos a fazer piu-piu e o pessoal com os estrogéneos ou os androgénios aos saltinhos. É por essa altura começo a achar que os meus dias até são felizes e a treta desta vida afinal não é assim tão filha da puta. Por agora, lamento-me por transportar, para além da minha massa corporal, cerca de três quilos de camisa interior, camisola, camisola, casaco, meias, luvas, cascol, gorro e afins e de sentir tudo à minha volta com aspecto cinzento. A minha vida está cinzenta, os meus dias são cinzentos, o meu carro é cinzento, os sapatos que vejo nas montras são cinzentos, as pessoas parecem-me todas cinzentas e...embora pareça sofrer de um a espécie de cinzentismo agudo, observo à minha volta e constato qu para outros a coisa está preta. Por agora lixa-me o tempo. O tempo. Ai o tempo. Cabrão.

domingo, janeiro 22, 2006

El salvador

A cerca de 15 minutos de conhecermos as primeiras projecções, acho que já ninguém duvida da vitória do Cavaco Silva, que o povo português idiotamente idolatra e que José Gil considera um caso quase religioso numa reportagem do El País, intitulada Portugal busca salvador. Mas, como é óbvio há pouca salvação enquanto continuarmos a considerar que um gajo, ainda por cima com créditos duvidosos e desastrosos, poderá alguma vez mudar o estado de coisas. Das pessoas. De um país onde miles de coches de lujo, los centros comerciales con calles y avenidas llenos de artículos a precios dignos de Nueva York y las colas para adquirir la TV por cable (que es más cara que en España) conviven con los mendigos que pueblan la avenida de la Libertad y la plaza de la Alegría. E para além de quase todos os dias convivermos com as percentagens que demonstram o péssimo desempenho no passado e no presente, sofremos, imaginem, para quem ainda tem dúvidas, de delirios de grandeza. Uma reportagem a ler para não bater com a cabeça nas paredes.
Ainda não sei em quem votar, mas será qualquer coisa menos Soares ou Cavaco. Talvez o meu coração comece a bater menos e até lá decida. Entre voltas fica aqui um tema de Emiliana Torrini, do último álbum; por que me apetece mostrar o que esteve cá por casa em período de reflexão, eu que tenho medo de monstros.

sábado, janeiro 21, 2006

A Lua

A Lua tem várias fases e não é um satélite estável. Aristóteles (384 - 322 a.C.) registou que as fases da Lua resultam do facto da Lua não ser um corpo luminoso mas, um corpo iluminado pela luz do Sol. A face iluminada da Lua é aquela em que está voltada para o Sol.
Passados tantos anos da primeira aterragem sobre a sua superfície, em 20 deJulho de1969, a Lua continua ser o único único corpo extraterrestre a receber uma visita humana e, apesar de algumas pessoas ainda duvidarem do feito, é o único corpo em que as amostras do seu solo foram trazidas para a Terra. Para lá de tudo, a Lua continua a fascinar e adoramos olhar para ela. Quem é que não gostaria de ir à Lua? Eu adoraria, talvez iluminada pelo Sol. Numa boa fase.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Absurdos

Os dias por vezes são absurdos. Não têm pés nem cabeça. Nem troncos, nem membros. Nem pontas, nem laços, ou algo que valha a pena. São aberrações inexplicáveis, entre tudo o que é explicável e o nada que até pode existir. E ficamos num final destes dias a olhar para os céus, e para as estrelas, a tentar perceber se existirá algo lá em cima, real, verosímil e capaz de nos fazer acreditar que esse dia, aquele dia absurdo que tivemos, não foi afinal obra nossa - outro absurdo.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Já não fumo há uma semana

Estou sem fumar há uma semana! Sim, é verdade sou agora uma pessoa normal, o meu hálito é de rosas, a minha pele parece a de uma criança de 5 anos e os meus dentes ficaram maravilhosamente brancos. Sim, consegui. Todos os dias quando me levanto, abro agora vigorosamente a minha janela e entre uma lufada de vento e uns mosquitos que entram dentro do meu quarto, consigo respirar o mau-cheiro dos quintais vizinhos e clamar aos céus pela dádiva de conseguir afastar-me de todas as afirmações presentes nos vários e muitos maços que já amarrotei, transportei, deixei perdidos…- não morrerei prematuramente, as minhas artérias não ficarão bloqueadas – entre tretas. Aqueles seres sem vida, de forma cilíndrica, não voltarão a tocar as minhas mãos, a molharem-se na minha boca e a deixarem envolver-se pela minha língua. Acabou-se! Enquanto a minha mãe direcciona-se à igreja mais próxima para agradecer, depois de mil e tal pedidos, a ausência do hábito tabagista na minha vida… E eu grito-lhe ao telefone que voltarei a fumar se assim me apetecer pois não acredito que o cabrão do vício seja mais forte do que eu, não é, não será. Deixo de fumar por agora, por agora deixei de ter prazer em fumar.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Bom ano

Estou ainda comprimida depois de ter passado as últimas horas com gripe a temperaturas elevadas.

Há menos de uma semana estava esticada no sofá a tentar olhar para um televisor com inúmeras imagens, quase as mesmas da passagem do ano anterior, sob o efeito do Gorosan, em fase ascendente à normalidade. Mas, normal não seria o retorno forçado ao trabalho, só com um dia de recuparacion pois os tipos da segurança social andam aí, eles andam aí… Ainda pensei recrutar via SMS alguns camaradas para uma suposta manif. em prol dos direitos humanos da mulher e homem ocidentais pois, se se fazem neste país pontes para tudo, deveríamos ter direito a uma espécie de ponte mas ao contrário, isto é, em vez da ponte entre os dias da semana de trabalho e o fim-de-semana de diversão, alegria, paz e sossego, a ponte seria nestes casos especiais entre um fim-de-semana de trabalho e alegria, bebida, passas e foguetes e … e… o que cada homem e mulher quiserem e, uma semana de trabalho que obviamente iniciar-se-ia no mínimo TERÇA-FEIRA. Contudo, os meus camaradas disseram-se que já possuiam atestados passados há uma semana, e umas tias mortas e, assim sendo, nada de mostras públicas.

Logo, na segunda-feira, fui forçada a transportar pelas ruas de Lisboa o meu corpo moribundo, a usar métodos impróprios para manter as pálpebras abertas e a executar várias estaladas em mim própria; para sem direitos o dever cumprir. O ar executivo, a postura habitual em estado super vertical, o estatuto e obviamente o hálito, ai o hálito, que demoraram provavelmente em alguns casos décadas a conquistar, correram sérios riscos de entrar em queda livre numa situação de crash, a inflaccionar (negativamente) um ano de trabalho. Foi um verdadeiro desastre. Felizmente as festas e anexos foram encerradas na sexta-feira.

Desejo, febrilmente atrasada, um bom ano 2006 a todos os que por aqui passam!