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Parto com pressa. Com vontade de te deixar Lisboa. Ficas junto dos insistentes, dos persistentes, dos pobres, dos forretas, dos vagabundos, dos workholic's, dos que já se esqueceram de viver, dos que se perderam e dos que encontrados junto a outro aprenderam a conhecer o significado da solidão. Ficas junto, a outros, algus; muitos. Fumos. Deixei-te. E talvez não tenha saudades tuas, quando me alongar de noite nas águas do oceano, quando me inundar de areia, quando me perder entre corpos nuns copos de conversas soltas, desprendidas da vida que não existe. Ficaste aí. Enquanto me afasto de ti. Aceno um adeus sem saudades ou porras de nostalgias. Olho em frente e dou a cara ao vento que me agarra. Num abraço. Quente de verão. Deito-me Lisboa. Longe de ti.
* post de 06/08/2005, antes de partir para a Costa de Prata que para moi vale ouro.