Hoje estou naqueles dias em que de dia só fiz o que raramente faço todos os dias. Fiz alguns trabalhos de costura com a minha sobrinha mais velha e com a mais nova, desenhos com pintura incluída, com recurso ao cartão que vem nas embalagens do leite consumido cá por casa. Estes momentos em que estou com elas são quase sempre maravilhosos pela calma e carinho que me transmitem. Esqueço momentaneamente o mundo lá fora e tento, por vezes, mostrar-lhes que o mundo não é feito de Barbies, nem de Nodis…sem exageros, dramas pois, claro está, não só a vida se encarregará de lhes mostrar o caminho a seguir, com as aprendizagens, como, espero, terão oportunidade de viver muitos momentos felizes.
Resumindo, a minha família é realmente o meu porto de abrigo. Onde choro, rio, canto, ralho, discuto, opino… E só ela tem significado para mim neste período. Poderia ter um Natal sem luzinhas, sem peditórios, sem árvores, sem bacalhau, sem presentes… Mas nunca, sem o afecto da minha família. Daquele abraço de mãe que só ela sabe dar, aqueles sorrisos com o grito “TIA” junto a desenhos com mensagens incluídas, feitos propositadamente para mim, com aquele “Tudo bem?”, do irmão, com a festa sobre a cara do marido da minha mãe; entre alguns telefonemas das tias. É com eles que paro, repouso, fortaleço-me, oriento a caminhada por vezes torta. E compreendo melhor a minha existência.