quinta-feira, junho 29, 2006

Momento Zen

Estou farta do Mundial. Do adormecimento momentâneo das cabeças entre os pés que elevam bolas numa geometria confusa sem razão para tangentes ou cotagentes, e pior elipses erráticas. Pois se dizem que o futecol é uma ciência, meus amigos, eu serei uma verdadeira Deusa. Este dia ou estes dias de descanso são neste momento o meu espaço Zen, em que consigo sem ruídos estridentes empoleirar-me na minha janela e respirar bem fundo, no fundo. De paz. Imaginem se isto decorresse durante muito tempo… eu, com toda a certeza, garanto-vos, estaria internada numa qualquer estabelecimento psiquiátrico com ilucinações dobre f**** de j*** . Pois a minha vida não é feita disto. Neste momento preocupo-me mais com os ataques esquecidos num fundo de página de jornal sobre os palestinianos, povo sofrido pela incongruência dos homens sobre outros homens apenas, sem coisa que o valhe. Talvez a minha consciência esteja demasiado consciente pois leio o livro Quando Nietzsche chorou que não diz tudo sobre este grande autor- Nietzsche - mas imprime algumas das suas palavras: a recompensa final dos mortos é não morrerem mais!. Por isso amigos, vá para o caralho o M******, que se foda a nossa s******* e que seja um filho da puta o vencedor. Pois o Mundo não gira a volta de uma b*** mas parece que se deixa foder por uns resultados que sobre nada evoluiremos. Atirem-se de estátuas, quebrem costelas, gritem com todas as goelas, ponham bandeiras na janela, abanem euforias enquanto as vossas vidas se perdem pois sobre isso só retenho a pobreza dos vossos espíritos. Cagalhões para todos os g**** do M****** e um retrete cheia de merda para os espíritos embriagados. Já disse. Feliz.

sexta-feira, junho 23, 2006

Expressa-te (6)

Foi com o pé que tinha mais à mão.

Diálogos reflexivos mas distorcidos

Pensar que estou numa praia, abandonada eu a olhar a linha do horizonte que divide o mar da terra; fundindo-se ao longe estes dois elementos que fazem-nos crianças acreditar que ultrapassada a linha do horizonte teremos provavelmente outro mundo, outros mundos, que este já chateia. Chateio-me. Aborreço-me melhor e continuo a pensar que a vida, contra a visão hedonista, também é vida quando menos o parece, quando mais a questionamos, quando mais a desejamos entre a inexistente presente. Jamais ultrapassaria linhas imaginárias, ilusões de óptica que constantemente fazem-nos cair, cair entre efémeras verdades que existindo são simplesmente, também sós, nossas, partilhadas numa aquisição de adeptos por uma verdade entre outras as que transportamos particulares ou universais. São a nossa vida. Também a minha, que não me deixa ultrapassar aquela linha do horizonte que funde o mar na terra; mentira.

sexta-feira, junho 09, 2006

Testa o teste

Você até tem um certo jeito, e de vez em quando faz um brilharete; mas geralmente anda um bocado à nora. A organização não é o seu forte, você confia em absoluto no instinto. Você é pão-pão queijo-queijo: tudo ou nada! Acha sempre que vai conseguir ter tudo, mas, aqui entre nós, ou fica lá muito perto ou dá uma monumental barraca.

E está tudo dito! Quando é que começamos a jogar? A verdade verdadinha é que estou que já não posso com o mundial...Vamos aos golos.

Expressa-te (5)

Estou que não posso...

quinta-feira, junho 08, 2006

Ilustra a semana passada (3)

Tom Bagshaw. Downfall. 2005.

Com este calor insuportável só me apeteceu chegar a casa, estender-me no chão e deixar-me ficar por uns minutos. Entretanto, o tecto anda a precisar de uma pintura.

Os Pilinhas

Estou que não me aguento. Chegou a época das obras e alguns, poucos, decidem por esta altura de sol a 40ºC realizar um conjunto de remodelações que ambicionavam há anos na sua linda e alegre casinha. O meu prédio parece submetido a um ataque de metralhadoras e a trepideira sente-se desde o armário até à pontinha da minha pintilheira, rima que até dá gosto. A única coisa mais linda é ver os trolhas com os seus reluzentes corpos de suor a carregar uns quantos tijolos que até animam a vista, com pronúncia importada dos Balcãs incluída. Ai… que estou mal, vou ali abaixo à procura de um médico que roda a batoneira e já volto. Sem resultados no que se refere à especialidade, registei engenheiros, professores e até um bibliotecário com conhecimentos na área solicitada. Ai que este mundo perde-se com tamanha tortura.
Saio de casa e decido deambular pelo meu bairro com uma considerável população idosa e eis que encontro o grupo Os Pilinhas. O grupo Os Pilinhas está em todo lado, sem distinção entre espaço urbano ou rural, ou grupo social económico. São contudo necessárias as condições: ser homem; ser reformado ou, em casos raros, desempregado; e encontrar-se no período da terceira idade, tudo o resto é secundário. No caso de Lisboa, a área observada, Os Pilinhas podem ser vistos em vários sítios, mas o local mais comum da sua presença é o jardim. Sentam-se a jogar especialmente à sueca (quase o único elemento feminino como A cerveja) ou encostam-se uns aos outros à volta da mesa de jogo, enquanto outros, poucos, espalham-se em conversas que invariavelmente têm e só dois destinos: futebol e as quecas dadas no passado.
Sinceramente nunca percebi este fenómeno que faz tanto amontoar masculino, como se mais nada existisse na vida; há quem diga que Os Pilinhas são gays mas eu não vou tão longe, fico-me só por aqui, embora questione tão interessante fenómeno masculino português.

Os Pilinhas tês vários momentos de confraternização. O momento de competição dos Pilinhas é quase sempre num jardim. Através do jogo de cartas, alguns adquirem um estatuto tal que podem mesmo ser vistos como os pilões. Contudo, eles partilham outros espaços. Adoram encontrar-se numa qualquer tasca deste país e aí têm momentos de psicoterapia partilhada pelo colectivo. Lembram-se muitas vezes que têm mulheres e choram compulsivamente ou aparentam uma alegria pouco comum. Outro momento em que podemos ver o grupo Os Pilinhas reunido é num qualquer estabelecimento comercial a acompanharem uma partida de futebol. Neste momento tendem a libertar tensões e quase em uníssono chamam nomes a algumas figuras que aparecem no ecran: vai para o caralho árbitro da merda, não corres nada ca-brão de um caralho ou o caralho do gajo é mesmo frouxo, por exemplo. E mais não digo.

Os Pilinhas tornaram-se assim património nacional em vias de desenvolvimento, poderá encontrá-los perto de si em qualquer lugar e, pelo que já me foi dado a ver, eles também apoiam a selecção nacional. Vivam Os Pilinhas!!!

sábado, junho 03, 2006


E não que eles vieram... trinta e três!!! Fica este paninho de parede pois por aqui já não há pachorra para festejos.

- Diga lá outravez: trin-ta-e-três.
- Tlinta e tlês.
- Não. Diga trin--ta-ta-e-e-trêssss.
-Vinte e três. Não consigo mais...
- Trrrrrinnnnnnttttttaaaaa-eeeeee-três!
-Tlinta e tlês. Não consigo. A sério, não consigo.