terça-feira, janeiro 25, 2005

Segunda Pausa



Groucho Marx nunca a teve na devida consideração. Anos depois de Um criado ao seu dispor ele referiu que ela era uma actriz, não uma comediante."She's always needed a script", acrescentou.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Vira a página. Já está?

sábado, janeiro 22, 2005

Pormenores

Eu não sei o que se passa pelo mundo dos blogues à portuguesa. Anda tudo um pouco estranho... Agora também no feminino. Numa olhadela rápida vejo que por aqui não há desculpa, mais à frente encontro irritação e as portas semicerradas, viro a esquina e aqui está-se chateada e nesta rua escrevem-se caprichos. Não quero que fiquem mal com este post da treta mas isto não pode continuar... Não pode não. Quando é que chove?

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Pausa



Hummm. Aqui há gato. Não achas Gloria?


quarta-feira, janeiro 19, 2005

INFORMAÇÃO

Informo que a travessia das margens tem estado difícil. Cheguei aqui e quase parto no mesmo instante.

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Viático

De noite, conhecem-se pela voz, pela
respiração, por um negro afecto de braços;
conhecem-se devagar, como se nunca se
tivessem encontrado, nem trocado as palavras
estranhas de uma despedida;
conhecem-se pelo desespero da ignorância, que
a uns e outros rouba o sentimento, deixando-os
entregues à secura de um reflexo.

Vinde: desse cais que o inverno devastou,
que os barcos não procuram, nem as aves, nem
a mais louca das antigas prostitutas; e
trazei convosco um refúgio de sombras nos
lábios, uma infecção de alma no cansaço
dos corpos, o fardo de um brilho na obscuridade
dos olhos.

Comungai comigo na desordem da vida,
na indecisão dos caminhos,
na feira de um silêncio por onde escorrem,
como as imagens de um sonho,
um riso amado, outrora, e
o teu rosto sem idade.

Nuno Júdice. Um canto na espessura do tempo. Quetzal. 1992

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Estás bem?

Vou calmamente pela rua quando, do outro lado da rua, ouço um chamamento feminino com o meu nome na boca. Inicialmente não dou muita importância mas, com os contínuo enchimento de ar com Sandra, acabo por olhar para o emissor com uma suposta mensagem. E vejo a Manuela, uma amiga de infância, daquelas que compartilhavam connosco não só brincadeiras como a carteira da escola e que perdi a meio da adolescência. Acabamos entre olhares cruzados num passado e num presente num café a trocar percursos até àquele momento.
A Manuela começa: "Epá estás na mesma. A tua cara pouco alterou." Respondo que ando com uns quilinhos a mais a precisar de eliminar...mas, lá eleva o meu ego tremido e "nada disso, estás óptima. Eu engordei muito durante a gravidez. Já tens filhos, não?" Respondo-lhe que não e que nem sei se alguma vez estarei preparada para...
Manuela, invariavelmente como sei quem mais, faz A Pergunta: "MAS JÁ casaste?" "Não, nem penso muito em ...", respondo em forma de n+1 elevado ao quadrado; que até cansa.
Então, Manuela , atira com A Frase:

"Olha, pá, tu é que estás bem!"
E continua:"Sabes, casei há 10 anos com o João e já estou farta. Aliás, acho que nunca fui feliz..." [O meu olhar neste momento está do tipo Mais Uma.] "Casei com o João porque ele na altura fez-me esquecer o Francisco, o Francisco...", suspira, "com quem eu gostava de estar casada era com o Francisco, não estou e isso corta-me o coração [pois...] e o João não me satisfaz plenamente. É um bom marido e pai mas, não me preenche."
Neste momento, claro, alguns de vocês, tal como eu Que Estou Bem, a pergunta que vos passa pela alma, posta entretanto a esfriar:
"Oh Manuela, porque é que não te separas?."
Manuela faz uma cara de incomodada. Não gostou da pergunta, está visto. Mas acaba por responder: "Não posso Sandra. O João, apesar de já não o amar, é meu amigo e bom pai. Os miúdos também são pequenos e os meus pais nunca me perdoariam, sabes?" [Não, eu sei muito pouco....] "Eles gostam muito dele." "Pois, pois Manuela..."
Olha que merda! Cada moçoila deve amar o seu moçoilo e de inversa forma mas, viver por causa de... ou pelo que os outros dizem, acham ou sei lá mais o quê... NÃO É VIDA. Não é VIVER a VOSSA vida.
Se estou bem ou mal, pouco me interessa! Mas, pelo menos, saboreio a MINHA vida. E sabe bem.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Reflexos fotográficos


Gérard Castello-Lopes. Lisboa-1957.

Ele está novamente entre nós. Em homenagem.

sábado, janeiro 08, 2005

Kiss Kiss Kiss

dominant
You have a dominant kiss- you take charge and make
sure your partner can feel it! Done artfully,
it can be very satisfactory if he/she is into
you playing the dominant role MEORW!


Nem eu esperava outra coisa.
Agora vejam vocês:
What kind of kiss are you?
brought to you by Quizilla

Tias Que Não Se Aturam Casadas

Estou presente numa daquelas Reuniões de Família Insuportáveis e em que as pessoas que a compõem convergem connosco nuns míseros genes, escondidos algures, como uma névoa, em indicifráveis locais do nosso corpo e pouco mais. Genes que, vejam só, existem em número semelhante num pequeno verme - a nossa insignificância nota-se mesmo nestes pequenos pormenores, sem pretender recordar outros bem presentes.
Na reunião encontravam-se também as famosérrimas Tias Que Não Se Aturam Casadas - quem é que não as conhece? cada um tem a(s) sua(s) e eu cá tenho as que mereço... - e as especializadas em saber mais da nossa vida do que nós próprios. A minha tia Maria é uma verdadeira expert. Começa por rematar várias perguntas quase em simultâneo, seguindo uma espécie de estratagema bélico, na tentativa de colocar-nos numa parede, à espera de obter A Informação e assim, incluí-la nos seus ficheiros mentais para futuro desenvolvimento. É difícil enfrentar esta tia e fazer um drible decente, sem que ela não tente pregar-nos uma rasteira ou dar-nos uns pontapés nas canelas. Somos obrigados, por vezes, a desistir. O que significa, neste caso, a virar-lhe costas. Mas até aí, pratico um extraordinário exercício emocional em que, garanto-vos, saio exausta... Não pela dificuldade das perguntas, ou pela forma elevada como se sucedem mas, simplesmente, por que a paciência não é a minha maior qualidade... Em vários momentos lá tento recordar-me das habituais recomendações da minha mãe: não enviar pedras para tamanhos tanques de guerra (com a vida, só pode) e tentar preservar o batalhão familiar intacto. Mas muito raramente tais conselhos nutrem efeito...
Eu, moçoila iniciada nos 30, sou solteira, com gosto e sem complexos. Contudo, este piquinino pormenor para mim é um Grande Pormenor para as minhas Tias Que Não Se Aturam Casadas. Logo, entre o bombardeamento habitual sobre a minha modesta vidinha surge a sacramental pergunta: Então, quando é que te casas? Claro que a minha mais pretendida resposta é: vão-se foder! Mas, lá vem a consciência maternal e fiquemos pelo: Não me apetece! Ao que, antes de outra pergunta (intervalo) respondem-nos... respondem... (vamos lá ver se alguém adivinha) respondem... (primeira palavra: assim...) respondem...(depois vem é...) respondem:

Assim é que estás bem!
Certo!!!!

E eu concluo, com recurso a alguns silogismos filosóficos: Logo, elas estão muito mal!
Tias Que Não Se Aturam Casadas, quem as não tem?

quinta-feira, janeiro 06, 2005

O gato (2)

Esta de andar sempre atrás de mim... não é muito do meu agrado. Mas sendo um gato... também lhe posso dizer que pare, sem que fique ofendido.

Um gato

Tenho um macho em minha casa. É louro, tem olhos verdes e anda sempre atrás de mim - o que é que uma mulher pode desejar mais? É um gato. O Alfredo. Bom ano para ti também.